sexta-feira, 23 de novembro de 2007

A TeleVISÃO

A vida social está em constante processo de construção e reconstrução, sendo permanentemente constituída e transformada pela ação e interação dos sujeitos. A televisão, como veículo influenciador de massa, por sua vez pode ser vista como algo que destrói ou danifica a construção de opiniões dos sujeitos e o modo deles agirem.
Sob este prisma, a TV pode ser vista como um meio que aliena, massifica e incentiva o impulso consumista em massa de produtos, forma opiniões – é onde mora o perigo, dita normas e regras, faz suscitar movimentos sociais e gera a nossa agenda setting. Ela também é capaz de modelar gostos, fazer suscitar vários questionamentos de ordem e convivência social, e principalmente pode ser um meio de educação muito eficaz.
O processo de convencimento da opinião pública se torna mais fácil se a TV dispõe de todos os meios e recursos necessários para tal fim. Assim, com o uso da linguagem, da imagem e do som, a TV aos poucos vai conquistando novos telespectadores, que, fascinados por esta caixa mágica, passam a aderir comportamentos e ideologias que são transmitidos a cada programa.
Sabemos que a televisão é um dos instrumentos mais democráticos em se tratando de informação e de programas voltados para o entretenimento. Mesmo sendo extremamente rejeitado e criticado por intelectuais e políticos, este veículo de comunicação foi e ainda é considerado um companheiro fiel, atento e reconfortante nas inquietações econômicas, sociais e culturais de nossas sociedades.
Para Muniz Sodré, um dos mais aplicados teóricos da comunicação de massa no Brasil, a televisão é um “sistema panóptico: o mais bem acabado momento técnico do panoptismo na comunicação social (...), responsável por uma relação social abstrata e passiva, modeladora ideológica dos acontecimentos”.
A babá eletrônica – como a TV é vista por milhares de mães – tem em sua grade programas para todos os públicos e idades. Para as crianças são oferecidos programas sem nenhuma graça, recheados de desenhos violentos e brincadeiras que despertam desde cedo, nos pequeninos, o desejo consumista.
Lynn Spigel nota que, “...a televisão figura como a expressão do progresso e de afirmações utópicas sobre a capacidade humana de conquistar e domesticar o espaço”.

Jandevânia Melo