quinta-feira, 24 de maio de 2007

Telenovela e vida social


A telenovela, importante produto da cultura brasileira e programa de grande aceitação popular, dialoga com a realidade  frequentemente, mesmo sendo um produto ficcional da  TV  ela ajuda a evidenciar valores que constroem a sociedade. É um produto que se destina essencialmente a preencher o imaginário e o tempo, principalmente das donas de casas com a exploração das emoções, aproximando a narrativa ao tempo real do cotidiano.
Ela ocupa, assim, um importante lugar na cultura e na sociedade brasileira. Constrói uma história na tela em estreita relação com a realidade em que se situa, trazendo para a construção das personagens as preocupações, os valores e os temas que perpassam o cotidiano dos telespectadores. E leva ao público novos modismos, hábitos e bordões.

  Esse universo 'ficticío' é cheio de valores e dita pautas para a imprensa real, assim como a vida real também serve de pauta para a construção dos textos dos personagens.
Nessa troca vão se construindo duas obras —  uma na ficção e outra na realidade.
E com isso a Tv ganha um número cada vez maior de telespectadores.

A vida do homem está em constante processo de construção e reconstrução, afinal é através de sua ação que as coisas surgem e o mundo se transforma, tentando buscar sempre aperfeiçoar as técnicas e fazer o melhor possível. E a  Tv como outras mídias ajudam no processo de construção e reconstrução. 
A telenovela instaura uma interação constante entre o que é real e o que não é real, chegamos a pensar algumas vezes que a cena assistida é o próprio real. 

terça-feira, 22 de maio de 2007

AMAZÔNIA, o verdadeiro eldorado





Terra de cobiça universal e de biodiversidade surpreendente, região de grande riqueza cultural e mineral, paraíso tropical para uns e inferno verde para outros; natureza exótica, pulmão do mundo ou simplesmente marca mercadologicamente produzida. É assim que muitos definem a Amazônia, esteriotipando-a conforme a visão de cada grupo, de cada interesse ou de cada experiência e vivência.
A Amazônia – subsistema do Poder Econômico Mundial – é uma marca natural tão ou mais famosa do que a Coca-Cola, que, no imaginário de um estrangeiro ou não, compete com o futebol e o samba, quando o assunto é Brasil. Essa situação às vezes agravada pela mídia, explica em grande parte a manutenção dos famosos mitos que ilustram a região.
A Amazônia é vista como um capital - um produto mercadológico – estando entre as três palavras que mais valem por milhões: Microsoft, Coca-Cola e Amazônia. A partir dessa visão mercadológica, a região tem sido alvo de ameaças de internacionalização e de ser declarada patrimônio da humanidade, não por motivos de preservação, mas por interesses de exploração.
Quando se fala da região Amazônica a mídia ignora o cotidiano e a vida simples das pessoas que vivem nesta terra tão cobiçada e desejada, retratam mais as riquezas que esta esconde sendo chamada, também, de “Quarto Mundo”. Os temas abordados sobre a Amazônia hoje são expostos de forma esporádica e quase sempre com enfoque pitoresco ou preconceituoso. Geralmente a Amazônia ganha destaque na mídia mundial por ocasiões de catástrofes ambientais, massacres, crimes e mega eventos.
O Brasil não conhece a verdadeira Amazônia, porque sua realidade não é divulgada. O Brasil e o mundo precisam ver a Amazônia nas suas peculiaridades e não só como uma fronteira, onde ainda parece existir uma natureza intocada, sem cultura, sem civilização. A Amazônia é uma região geográfica deste país que comporta características vitais de qualquer ambiente ocupado pelo ser humano, tem vida política, religiosa, comercial, industrial. Por isso também polui, cresce desordenadamente, sua população sobrevive em favelas nas periferias das cidades e também há violência como em qualquer outra região do país. Nela são os rios que imperam e ditam o ritmo de vida do homem, e são estes os principais meios de comunicação, de locomoção e de subsistência do amazônida.
Quando se trata da visão da Amazônia na mídia nos deparamos com dois paradigmas, de um lado há tendência de considerar a região um “inferno verde”, na qual só populações com técnicas de subsistência simples podem sobreviver nesta terra, devido às limitações do ambiente quente e úmido, de solos pobres e de chuvas torrenciais, de outro lado há um contraste com as visões paradisíacas de abundancia de recursos capazes de redimir o Brasil e beneficiar o mundo.
Assim a imagem que fica dessa região extremamente complexa e diversificada, longe de ser homogênea, é a de que a Amazônia, embora tenha potenciais inestimáveis, é uma região semi-abandonada, habitada por selvagens - sejam índios ou brancos criminosos. Contrasta com a visão externa à região, homogeneizadora, que a vê como natureza, como floresta, como atrasada, como reserva de recursos, como o futuro do Brasil e do mundo.
Escrito por Jandevânia Melo