segunda-feira, 30 de junho de 2008

Que comece a política!

Inventada para evitar a guerra de todos contra todos, para descobrir, discutir e decidir qual a melhor maneira dos membros de uma sociedade poder viver, a política também pode ocasionar dominação e violência.

Os antigos gregos já tinham a clara percepção de que o sustentáculo da politeia (palavra grega que deu origem à expressão política), residia principalmente no consenso geral da maioria dos cidadãos (a eklessia), e não no uso, ou ameaça do uso, da força estatal em si.

Aproxima-se o período de campanha eleitoral e com ele muito blá, blá, blá. É importante que cada indivíduo saiba que tem nas mãos o poder de decidir quem será o novo chefe municipal e os “delegados” incumbidos de defender os interesses da população.
A política pode ser descrita como conjunto complexo de atividades humanas exercidas numa dada dimensão espacial de uma coletividade cultural, atividades essas voltadas para a satisfação dos interesses e necessidades humanas, quer individuais, quer coletivas, é de todo impossível reduzi-la a um mero subproduto de forças naturais ou sociais que estão fora do controle humano.

Para Maquiavel a arte política identifica-se intimamente com a técnica de manipulação dos desejos, temores e vontades dos homens no intuito de conquistar, manter e preservar o poder em seu tempo, baseando na “astúcia da raposa e na força do leão”.

Segundo Michael Foucault o indivíduo é uma produção do poder e do saber. Para ele o que faz com que o poder se mantenha e que seja aceito é simplesmente que ele permeia, produz coisas, induz ao prazer, forma saber, produz discurso que a sociedade acolhe como verdade e faz funcionar como verdade.

Tudo que envolva relações de poder ou a tudo quanto envolva organização e administração de grupos é política. O poder em atividade é política. Segundo Foucault onde há poder, há também dominação e resistência e, todo indivíduo (microfísica) tem poder e não só o Estado (macrofísica) detém este poder.

Karl Popper defende a idéia de que toda a política se compõe de atuações; e uma atuação só será racional se satisfazer o objetivo. Pode-se dizer que uma atuação é racional quando faz o melhor uso possível de todos os meios disponíveis para atingir um determinado objetivo. Um racionalista, segundo Popper, é aquele que faz uso de argumentos para se chegar às decisões certas, pois é preciso haver confrontação de “verdades” para se decidir qual “verdade” levará aos objetivos.

Para Platão o Estado é o engrandecimento da alma humana, na qual nasce porque cada um de nós não basta a si mesmo e tem a necessidade dos serviços de muitos outros homens.

No regime democrático o povo tem poder nas tomadas de decisões e ações, exercendo assim a soberania. Na modernidade traduzimos “democracia”, que visa favorecer os interesses dos mais pobres de modo indevido, como “demagogia”.

O poder – elemento essencial da política – tem como efeito a verdade centrada no discurso cientifico (razão cientifica), a violência, ganhos econômicos e uma mercantilização ligada ao lucro.

Assim como o poder é essencial na política, para Maquiavel, nos dias de hoje não é diferente, pois o poder ainda é a característica essencial para a política. Enquanto o príncipe de Maquiavel conquistava o poder por meio da força, o príncipe moderno só chega ao poder por meio de disputa eleitoral, utilizando-se da manipulação para manter seu poder.

Um comentário:

Unknown disse...

Ótimo matéria.Que tal uma sobre o verdadeiro caratér da democracia no Brasil? Bem propicio p/ essa época de eleições não? (arimatéia)