sexta-feira, 30 de maio de 2014

Cidadãos são barrados durante sessão extraordinária em Xinguara

Professores da rede municipal de educação, pertencentes ao quadro efetivo de Xinguara foram barrados ao tentar entrar nas dependências da Câmara Municipal no último dia 27 de maio, por estarem em greve. Na ocasião estava em pauta a votação do projeto de lei 19/2014 que estabelecia uma revisão salarial de 4% aos educadores.
De acordo com um grupo de professores ao chegaram no local foram barrados ao tentarem entrar nas dependências da Câmara Municipal, uma vez que na porta haviam vários homens vigiando a entrada. Ainda segundo eles a porta lateral da Câmara também estava sendo vigiada por 4 homens impedindo a entrada de qualquer professor.
Além dos professores outras pessoas também foram impedidas de entrar no ressinto, ferindo o direito de ir e vir de qualquer cidadão e ainda lhe tirando o direito de acompanhar as leis que tramitam em seu município.
Quanto ao plenário estava lotada em sua maioria por funcionários da administração, motoristas da educação, funcionários da saúde, garis, além dos diretores, vices diretores e coordenadores escolares da rede municipal, cujo estes começaram a chegar no local antes das 7h tendo em vista que a sessão extraordinária estava marcada para começar às 9h.    
“Não entendi o porquê da presença em massa de funcionários de outras secretarias, uma vez que o que estava sendo votado era a revisão salarial da educação. Vim apreciar a sessão, como faço frequentemente e me deparei com tal situação”, declarou Roberta.
O projeto colocado em caráter de emergência pelo Governo,  foi aprovado por 8 dos 12 vereadores presentes na sessão, já que o vereador Adair Marinho não estava na presente. Os quatro vereadores que foram contra o projeto de revisão salarial de 4% se justificaram com base na lei de isonomia, já que no início do ano (fevereiro) o mesmo governo aprovou um reajuste salarial de 5,56% para todos os funcionários e assim este percentual também deveria ser dado aos educadores, uma vez que os reajustes não poderiam ser diferentes.
Durante a votação do projeto alguns vereadores fizeram questão de usar a ordem para dizer que também estavam votando no fim da greve, mas segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública – Sintepp – a greve da categoria continuará até que o governo sente para negociar.
A greve dos educadores municipais de Xinguara teve início no dia 14 de abril e desde então o que se vê no município é um cenário de tensão.
Desde o dia 12 de maio substitutos, em sua maioria técnicos, bacharéis e com Ensino Médio, foram contratados para dar aulas do 1° ao 9° ano; vários carros de som foram colocados na rua pelo governo para anunciar que as aulas estavam acontecendo normalmente, mesmo não havendo professor suficiente; seguranças foram contratados para ficarem de plantão na frente de algumas escolas por três dias a fim de intimidar os educadores grevistas; professores sofreram tentativas de agressão física por parte dos tais seguranças; e por último os educadores que tentaram entrar na Câmara para assistir uma sessão foram barrados.
O direito a democracia parece não valer no município de Xinguara. E quem perde com tudo isso não é o governo, mas toda a sociedade xinguarense que nem ao menos o direito de ir e vir estão tendo.

Por Ana Tereza

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